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Jornalistas do BRICS propõem Big Tech da Maioria Global

Os jornalistas participantes do BRICS Press Meeting lançaram, nesta sexta-feira (4/7), a 'Carta de Niterói', que propõe a criação de uma Big Tech a serviço dos países empobrecidos e menos desenvolvidos tecnologicamente, com o objetivo de quebrar o monopólio ocidental da concentração da informação. A carta também sugere ações para fortalecer o jornalismo independente e multipolar. O documento será entregue ao governo brasileiro, que ocupa a presidência rotativa do bloco, e aos demais países do BRICS.

O encontro aconteceu nos salões do Solar do Jambeiro, prédio histórico do século 19, em Niterói / Divulgação
O encontro aconteceu nos salões do Solar do Jambeiro, prédio histórico do século 19, em Niterói / Divulgação

Os profissionais de imprensa do BRICS se reuniram em um dos mais belos casarões antigos que integram o patrimônio arquitetônico e cultural de Niterói — o Solar do Jambeiro. O objetivo do encontro, realizado às vésperas da 17ª Reunião de Cúpula do bloco — dias 6 e 7 d julho, no Rio — foi promover análises geopolíticas e debates sobre a comunicação do Sul Global (ou Maioria Global). O evento foi transmitido pelos canais do YouTube da Rádio e Jornal Toda Palavra, da TV Brasil 247 e da TV Comunitária de Brasília.



Assista ao vídeo do evento (completo)


Marco Lucchesi abriu o encontro...
Marco Lucchesi abriu o encontro...

"Nós, comunicadores independentes de várias nacionalidades, representantes da Maioria Global, que não nos conformamos com a censura da verdade, da justiça e do direito praticada pela mídia imperialista e determinados a cumprir nosso dever jornalístico - muitas vezes à custa da própria vida, como mostram os centenas de jornalistas assassinados nos últimos dois anos na Palestina -, expressamos nosso apoio a esse bloco de países inconformados com as atuais relações do poder geopolítico internacional, defendendo a sua expansão e consolidação com uma alternativa para a humanidade, ante um mundo tão desigual e cada vez mais violento", diz o texto, que defende a necessidade da construção de uma 'Nova Ordem Informativa Internacional', a exemplo do que sustentou, por décadas, o Movimento dos Países Não Alinhados.



... e Pepe Escobar fez a palestra de encerramento
... e Pepe Escobar fez a palestra de encerramento

A Carta de Niterói propõe, ainda, a criação de uma plataforma tecnológica própria de comunicação "contemplando TV, Rádio e internet, para o qual já dispõe dos recursos financeiros, tecnológicos e humanos indispensáveis"; a organização de um pool de agências de notícias públicas dos países do BRICS, com o intuito de fazer circular notícias relevantes acessíveis ao grande público; e o apoio aos jornalistas do bloco, com estímulo à cooperação e à construção de um jornalismo verdadeiramente independente.


"Que os BRICS desenvolvam uma política de apoio à mídia independente, com recursos suficientes para a sua qualificação profissional e tecnológica, incentivando um fluxo multipolar de informações", defende o texto.

José Reinaldo (Brasil 247), Daria Yuryeva (Sputnik) e Beto Almeida (TeleSur) | Davi Carlos Acacio / Sputnik Brasil
José Reinaldo (Brasil 247), Daria Yuryeva (Sputnik) e Beto Almeida (TeleSur) | Davi Carlos Acacio / Sputnik Brasil

Confira o documento na íntegra:

CARTA DE NITERÓI

BRICS: um novo mundo e muitas vozes


A Associação BRICS conta com 40% da população mundial, 37% do PIB global, 44% das reservas de petróleo, 53% das reservas de água e 72% das reservas de terras raras do planeta. Apesar de todo esse potencial colocado a serviço da construção de um mundo multipolar e cooperativo, o BRICS não se vê adequadamente representado no fluxo informativo mundial, recebendo tratamento hostil e negativo, com alguns de seus membros, como a Rússia, taxados de “ameaça à humanidade” e outros rotulados como países “patrocinadores do terrorismo”, como Irã e Cuba, em claras tramas arbitrárias com o intuito de justificar agressões unilaterais, como o bombardeio recente à nação persa ou o criminoso bloqueio que agride Cuba há mais de seis décadas.


Porém, muito longe dessas absurdas acusações, os membros do BRICS registram, hoje, um dinamismo progressista, avançando em estruturas econômicas, produtivas e logísticas, abrindo um caminho inédito e viável, capaz de livrar a humanidade das amarras do mundo que conhecemos atualmente: unipolar, concentrador de renda, promotor de desigualdades em escala planetária e promotor do fosso abissal que separa um punhado de países ricos e a maioria global formada pelas nações empobrecidos e subdesenvolvidas, submetidas a uma opressão colonial secular.


A proposta pioneira do BRICS visa alterar substancialmente esse mundo apartado, estimulando políticas de integração e cooperação. Mas, exatamente por desafiar essa estrutura mundial injusta, o BRICS é maltratado pela mídia hegemônica oligopolizada - parte integrante dessa estrutura de exploração da maioria global estabelecida por um punhado de países imperialistas e intervencionistas, afrontando a legislação internacional e a própria dignidade humana.


Apesar desta hostilidade midiática, das sanções e agressões militares contra alguns de seus membros, o BRICS avança e se consolida. Mas, nesta caminhada, alguns passos precisam ser tomados em matéria de políticas de comunicação para alavancar as necessárias consolidação e expansão do bloco, visando a conquistar o apoio político efetivo da população mundial sobre a necessidade de superação do unilateralismo, cada vez mais agressivo e belicoso, como demonstram o genocídio em Gaza, a agressão à população russa do Donbass, combinadas com as sanções à Federação Russa e, tragicamente, o bombardeio criminoso do Irã pelos EUA e por Israel.


Nós, comunicadores independentes de várias nacionalidades, representantes da maioria global, que não nos conformamos com a censura da verdade, da justiça e do direito praticada pela mídia imperialista e determinados a cumprir nosso dever jornalístico - muitas vezes à custa da própria vida, como mostram os centenas de jornalistas assassinados nos últimos dois anos na Palestina -, expressamos nosso apoio a esse bloco de países inconformados com as atuais relações do poder geopolítico internacional, defendendo a sua expansão e consolidação com uma alternativa para a humanidade, ante um mundo tão desigual e cada vez mais violento.


Reunidos no dia 4 de julho de 2025, às vésperas da 17ª Reunião de Cúpula do BRICS, sob a presidência brasileira, na cidade de Niterói, capital histórica do Estado do Rio de Janeiro, formamos a convicção unânime sobre a necessidade da construção de uma Nova Ordem Informativa Internacional, a exemplo do que sustentou, por décadas, o Movimento dos Países Não Alinhados. É essencial que o BRICS organize uma plataforma tecnológica própria de comunicação, contemplando TV, Rádio e de internet, para o qual já dispõe dos recursos financeiros, tecnológicos e humanos indispensáveis.


Sugerimos que seja organizado um pool das Agências de Notícias Públicas dos países membros dos Brics, organizando um circuito internacional de circulação de notícias relevantes, acessível ao grande público.


Sugerimos, ainda, que seja estimulada a organização dos jornalistas do BRICS por meio de suas entidades associativas, sindicais, culturais e profissionais, com a promoção de encontros regulares, ensejando a investigação de novas técnicas de comunicação, de novas linguagens, gerando uma nova escola sobre o necessário jornalismo de integração, capaz de desconstruir a ideologia colonial do noticiário hegemônico predominante hoje - inclusive identificando e combatendo toda forma de lawfare - e de construir um novo estilo conceitual e prático de jornalismo.


As escolas de comunicação dos países do BRICS devem incentivar cursos de aperfeiçoamento de comunicadores, qualificando-os profissionalmente para o exercício de uma comunicação capaz de promover a compreensão sobre a superioridade de uma economia da cooperação, sobre o compartilhamento científico e tecnológico, concebendo a cultura como a ecologia da alma, edificando uma nova comunicação que questione e supere uma mentalidade promotora de violência e de guerras, almejando sempre uma humanidade que adore a Verdade e a Paz.


Sugerimos enfaticamente a construção de uma Big Tech do BRICS a serviço dos países mais empobrecidos e menos desenvolvidos tecnologicamente. Uma Big Tech da Maioria Global!


Que os BRICS desenvolvam uma política de apoio à mídia independente, com recursos suficientes para a sua qualificação profissional e tecnológica, incentivando um fluxo multipolar de informações


Os comunicadores reunidos em Niterói condenam veementemente o assassinado de 277 jornalistas e o genocídio em Gaza, conduzido por Israel mas com o apoio dos países membros da OTAN e dos Estados Unidos.


Reivindicamos a suspensão imediata de todas as sanções impostas ilegalmente contra os países membros do BRICS, bem como a indenização ao Irã, face aos ataques militares de Israel e Estados Unidos. Reivindicamos, ainda, que o BRICS condene o bloqueio a Cuba.


Ressaltamos, ainda, a necessidade de adoção, a nível global, de uma Nova Arquitetura Internacional de Segurança e Desenvolvimento capaz de defender os interesses de segurança e o direito ao desenvolvimento de todos os países do mundo.


Denunciamos a censura imposta pela União Europeia/OTAN aos veículos de comunicação do Irã, da Federação Russa e da China, impedidos de atuar na Europa e nos Estados Unidos, reivindicando a imediata suspensão dessa afronta à liberdade de imprensa..


Lamentamos a ausência da Venezuela, que sequer foi convidada como país observador à Cúpula do Rio de Janeiro, e apoiamos o ingresso da república bolivariana no BRICS, conforme a proposição apresentada na Cúpula de Kazan. A


Por fim, os comunicadores e veículos reunidos em Niterói se comprometem em seguir divulgando as realizações do BRICS em sua missão de edificar um mundo cooperativo e inclusivo, e igualmente nos comprometemos a incentivar políticas de comunicação dentro e fora do BRICS que colaborem para uma Nova Ordem Mundial da Informação.


Niterói, Rio de Janeiro, 4 de julho de 2025

Coordenação do BRICS Press Meeting


Realização:


Rádio e Jornal Toda Palavra (Brasil)

TV Comunitária de Brasília (Brasil)

Veículos/mídias parceiros e participantes:

Brasil 247 (Brasil)

TV BRICS (Rússia)

Sputnik (Rússia)

TeleSur (Venezuela)

Prensa Latina (Cuba)

Instituto Schiller (EUA)

Periodismo Internacional Alternativo (Argentina)

HispanTV (Irã)

Diário do Povo (China)

Diário Chinês para a América do Sul (China)

Rede CONASOL de Noticias (Brasil)

Faixa Livre (Brasil)

Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Brasil)

Folha Digital/FAFERJ (Brasil)

Rádio Favela (Brasil)

Jornal Hora Certa (Brasil)

Instituto Palestino de Diplomacia Pública (Brasil)

Canal 60&Blau! (Brasil)

Apoio:

Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro

NuBRICS/UFF

iBRICS

Associação Pushkin

IBESVA

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Os conceitos emitidos nas matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal. As colaborações, eventuais ou regulares, são feitas em caráter voluntário e aceitas pelo jornal sem qualquer compromisso trabalhista. © 2016 Mídia Express Comunicação.

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