Lula repudia cassação do visto de Lewandowski pelos EUA
- Da Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou na manhã desta terça-feira (26) no Palácio do Planalto a segunda reunião ministerial de 2025. Ao citar a cassação do visto do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, pelos Estados Unidos, Lula disse se tratar de um gesto inaceitável e "vergonhoso" para os norte-americanos.
“Queria dizer ao companheiro Lewandowski da minha solidariedade e da solidariedade do governo a você por conta do gesto irresponsável dos Estados Unidos de cassar o teu visto... Acho que é vergonhoso para eles, e não para você.. Essas atitudes são inaceitáveis. Minha solidariedade, Lewandowski”, afirmou o presidente, que classificou a medida como um ataque a autoridades brasileiras e à soberania do país.
Usando um boné azul com a inscrição "O Brasil é dos Brasileiros", o presidente também orientou os seus ministros a defenderem, em seus discursos públicos, a soberania do país contra as sanções dos EUA, chamadas por ele de traição à pátria da família do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a reunião, os ministros de Lula também usaram o boné com o slogan nacionalista.
“É importante que cada ministro, nas falas que fizerem daqui para frente, façam questão de retratar a soberania desse país", disse Lula, ressaltando que o Brasil se mantém disposto ao diálogo mas exige "igualdade de condições". “O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém. Nós aceitamos relações cordiais com o mundo inteiro, mas não aceitamos desaforo e ofensas, petulância de ninguém. Se a gente gostasse de imperador, o Brasil ainda seria monarquia. A gente não quer mais. A gente quer esse país democrático e soberano, republicano”, acrescentou.
Segundo Lula, o comportamento do ex-presidente e de seu filho Eduardo Bolsonaro representa “uma das maiores traições que a pátria já sofreu”. Ele acusou o "Zero Três" de Jair Bolsonaro de trabalhar contra os interesses nacionais e afirmou que o parlamentar já deveria ter sido expulso da Câmara. "Ele está insuflando outro Estado contra o Brasil. No campo da política, isso precisa ser enfrentado. Ele adotou os Estados Unidos como pátria, nega a sua pátria e tenta insuflar o ódio de alguns americanos contra o povo brasileiro”, afirmou Lula.
Ao citar a atual política dos Estados Unidos, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais, Lula disse que as decisões de Donald Trump, são descabidas. Ainda assim, o governo brasileiro segue à disposição para negociar as questões comerciais.
“Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fossemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém. É importante saber que o nosso compromisso é com o povo brasileiro”, disse Lula.
A fala inicial do presidente foi transmitida ao vivo pelo Canal Gov e pelas redes sociais, seguida de um balanço das ações do governo, apresentado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.