Moradores de Volta Redonda fazem protesto contra CSN
Atualizado: 23 de jul.
Cantando refrões como “nosso pulmão é o filtro da cidade” e cartazes com dizeres como “deixe-nos ver as estrelas”, centenas de moradores de Volta Redonda fizeram uma manifestação neste domingo (21/7), na Vila Santa Cecília, para protestar contra a emissão do pó preto emitido pela Usina Presidente Vargas, da Companhia Siderúrgica Nacional. Eles se concentraram na Praça Brasil, saíram em passeata pela Rua 12 e foram até o antigo escritório central da companhia, onde deram um abraço simbólico
O pó preto, com micro partículas de ferro, inferniza a vida dos moradores em praticamente todos os bairros da cidade, que apresenta recorde de pacientes com doenças pulmonares, hospitais e consultórios médicos lotados.
A manifestação deste domingo acontece pelo terceiro ano consecutivo e, segundo seus organizadores, “continuará acontecendo até que a cidade conquiste um ar mais puro”.
Durante discursos num caminhão de som, vários líderes da manifestação faziam questão de afirmar que ninguém ali queria o fechamento da empresa, que ela tem de crescer e continuar gerando emprego, mas que não pode continuar sendo uma fábrica de doença, como é hoje.
Eles também criticaram muito o Instituto Estadual do Meio Ambiente (INEA), por deixar, seguidamente, a CSN descumprir os Termos de Ajustamento de Conduta assinados pela empresa.
Decreto não é cumprido
Recentemente, o repórter André Trigueiro, da Rede Globo, retornou, pela quarta vez, a Volta Redonda e fez uma longa matéria, tanto para o RJ TV, como para a Globo News, mostrando o descaso de autoridades com o sofrimento da população com o pó preto da CSN.
"Dois meses depois da exibição da nossa reportagem do ano passado sobre a poluição em Volta Redonda, o governador Cláudio Castro assinou um decreto determinando novas rotinas para o monitoramento da qualidade do ar em todo o Estado do Rio de Janeiro, com ênfase nas partículas sedimentáveis, que são justamente esse pó preto encontrado em Volta Redonda. Mas, desde que esse decreto foi baixado, não mudou nada. O decreto não foi cumprido e os prazos estabelecidos não foram respeitados. O pó preto continua por aqui", afirmou Trigueiro.
Fonte: Jornal Maioridade
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