Professor monitorado pela Abin paralela protesta contra espionagem
- Da Redação
- há 1 dia
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O professor de direito internacional Evandro Menezes de Carvalho, que teve suas atividades profissionais monitoradas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), divulgou uma nota pessoal condenando a espionagem ilegal. O professor da UFF e um dos mais célebres especialistas em relações Brasil-China afirma que "trata-se de uma das mais graves violações dos direitos fundamentais cometidas pelo Estado Brasileiro nas últimas décadas".
O professor Evandro aparece no relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a "Abin paralela" como uma das pessoas que foram monitoradas por uma "organização criminosa", que teria como principal beneficiário o ex-presidente Bolsonaro. A China hoje é o maior parceiro comercial do Brasil e de sólidas relações diplomáticas e comerciais.
Logo após ter sido monitorado pela Abin paralela entre 2019 e maio de 2020, o professor teve seu nome disseminado pela rede bolsonarista e atacado como um suposto espião chinês.
O Núcleo de Estudos dos Países BRICS (NuBRICS) da UFF também divulgou uma nota de solidariedade ao professor Evandro, atacado a partir de notícias falsas após a arapongagem montada na Abin.
Na nota, o NuBRICS - um órgão da Universidade Federal Fluminense (UFF) voltado para pesquisa desta organização internacional e de seus países, no contexto da governança global - reitera o reconhecimento ao trabalho do professor Evandro e também repudia "o uso de recursos públicos para investigar cidadãos brasileiros por motivações político-partidárias".
Veja a seguir a nota na íntegra e o post do professor Evandro.
O NuBRICS, Núcleo de Estudos dos Países BRICS, vem a público prestar total solidariedade ao Professor Evandro Menezes de Carvalho pelos ataques sofridos provenientes de mentiras geradas pela espionagem ilegal executada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo Bolsonaro. O Professor Evandro é um dos mais célebres especialistas do Brasil em China, e seu extenso trabalho tem auxiliado o Brasil a aprimorar o conhecimento deste país, que é hoje nosso maior parceiro comercial e com que temos relações diplomáticas e culturais sólidas.
Repudiamos o uso dos recursos do Estado para investigar cidadãos brasileiros por motivações político-partidárias. Conhecemos essa história e ela foi sempre usada para ameaçar e atingir nossa democracia. Melhor teria sido envidar esforços na ampliação dos laços com uma nação amiga. A cooperação entre Brasil e China traz desenvolvimento e conhecimento mútuos, garantindo a soberania de nossos povos e nações.
Reiteramos nosso reconhecimento ao trabalho do Professor Evandro Menezes de Carvalho e lhe prestamos apoio incondicional contra mentiras e ataques de grupos extremistas, que tentam capturar nossas instituições e perseguir aqueles que, de fato, contribuem para nosso país.
Niterói, 22 de junho de 2025.

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