Semana do Meio Ambiente: Niterói é 'potência verde' em plena área metropolitana
Com o tema "Recuperação de Áreas Degradadas", começou nesta segunda-feira (31/5) a Semana do Meio Ambiente em Niterói, evento virtual da prefeitura que traz uma agenda variada de atividades até domingo (6/6). Durante a abertura, o prefeito Axel Grael falou dos avanços da política ambiental do município, que desde 2013 vem intensificando investimentos e ações para tornar a cidade mais sustentável.
Dentro do tema deste ano, ele destacou o programa 'Niterói Mais Verde', que ampliou as áreas de proteção para 22,5 milhões de metros quadrados, tornando a cidade um 'oásis' no meio de uma região metropolitana degradada e desordenada. O município tem hoje mais da metade (56%) de seu território em áreas verdes protegidas.
"Não conheço outra cidade no contexto metropolitano que tenha feito o que estamos fazendo. Niterói conta com 123 metros quadrados de área verde por habitante. É uma das maiores taxas em cidades brasileiras e no mundo. A FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] publicou um livro, dois anos atrás, mostrando os melhores exemplos de floresta urbana no mundo. Só duas cidades da América do Sul foram citadas: Lima e Niterói. É um legado que estamos deixando para as futuras gerações", defendeu Axel.
O prefeito anunciou que nesta semana assinará o documento de criação do Parque Natural Municipal Floresta do Baldeador, o primeiro mosaico verde protegido da Zona Norte da cidade, e oitava área de conservação do município. Localizado próximo ao Morro do Castro, em área limítrofe a São Gonçalo, a nova unidade de conservação, com 70 hectares, foi criada a partir de consulta pública.
Axel também citou a ampliação da área protegida do Morro da Viração, ainda na gestão do ex-prefeito Rodrigo Neves, para todo o maciço verde que compõe a região, criando o Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit), cuja sede fica no Parque da Cidade.
Segundo ele, a prefeitura irá publicar nos próximos dias o plano de manejo florestal do Parnit e continuará o trabalho de preservação do sítio arqueológico descoberto recentemente no local. Cinco voluntários que trabalhavam no parque descobriram uma antiga ponte de pedras com mais de 180 anos, soterrada sob 52 metros cúbicos de terra. O vídeo que conta essa história — intitulado 'A ponte de pedra e caminhos de pé de moleque' — será lançado no dia 4/6, dentro da programação da Semana do Meio Ambiente.
Outro projeto destacado pelo prefeito é o Niterói Jovem Ecossocial, de reflorestamento do Morro do Boavista, agora transformado no Parque das Águas Escondidas. São cerca de 62 hectares de áreas protegidas que em breve poderão ser visitadas.
O secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Rafael Robertson, presente ao evento de abertura, citou mais conquistas ambientais da cidade.
“Uma iniciativa importante é o projeto de Recuperação Ecológica e Inclusão Social, financiado pelo BNDES, em que faremos o plantio de 203 hectares com espécies de restinga e da Mata Atlântica. Outra frente importante é o manejo da Praia do Sossego, com a candidatura do município à certificação internacional Bandeira Azul. Temos também as unidades de conservação e o Guia Botânico", observou.
O vereador e presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Leandro Portugal, destacou que Niterói é uma cidade com tradição ambientalista que avança cada vez mais.
“Niterói conta com massa criativa em favor do meio ambiente, isso é muito importante. Temos programas de agroecologia, criamos recentemente Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) no âmbito do município, o que amplia nosso canal de preservação e avançamos cada vez mais nas políticas públicas implementadas na cidade", afirmou o vereador.
O prefeito, por sua vez, lembrou que a cidade é pioneira em vários aspectos e que, por conta desse pioneirismo, se tornou exemplo para outras cidades brasileiras. O sucesso, ele atribui à preocupação dos habitantes com as questões ambientais.
"Temos uma massa crítica a favor do meio ambiente que contribui para que novas legislações e políticas sejam testadas na cidade. E essas experiências acabam repercutindo em outras cidades do país. Niterói tem a responsabilidade de mostrar como se faz sustentabilidade urbana. Vamos continuar com a coragem de inovar. Vamos continuar colocando a questão ambiental no centro da retomada da economia, do emprego, no cotidiano das pessoas e na superação da covid-19 na nossa cidade", enfatizou Axel.
Entre as ações da prefeitura também estão a criação do Parque Orla de Piratininga, o Parque Linear de Charitas, o plantio de 64 mil árvores em diferentes bairros da cidade e o replantio da vegetação de restinga na orla das praias.
Restauração Ecológica e Inclusão Social
Ainda no âmbito do programa 'Niterói mais Verde', a restinga de Camboinhas, na Região Oceânica de Niterói, recebeu em abril o pontapé inicial do projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social, desenvolvido pela Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade de Niterói (SMARHS).
A iniciativa consiste no plantio de mudas e sementes de plantas nativas, que serão utilizadas no reflorestamento de áreas de restinga, manguezais, ilhas e de mata. O objetivo do programa é a restauração ecológica de 203,1 hectares de diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica, em importantes áreas que compõem o ecossistema do município.
O projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social teve início em 2019, com investimento de R$ 2,9 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a fundo perdido (não reembolsável), e tem duração de quatro anos. O programa capacitou 12 jovens niteroienses para trabalhar como voluntários.
Será o maior projeto de reflorestamento já realizado no município e contempla a recuperação de 30,37 hectares de vegetação nas ilhas Pai, Mãe, Menina e do Veado, inseridas no Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit) e no Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset); 65,30 hectares de manguezal no entorno da Laguna de Itaipu e Piratininga, inseridos parcialmente no Peset e no setor lagunar do Parnit; 21,16 hectares de vegetação de restinga em cinco praias do município (Itacoatiara, Camboinhas, Piratininga, Itaipu e Charitas); e 86,28 hectares de vegetação no Morro da Viração, em área inserida no Parnit.
“Esse projeto tem uma grande importância para o nosso município, porque contempla o reflorestamento de áreas essenciais para os ecossistemas em torno da Mata Atlântica. O trabalho dos jovens voluntários é essencial para o sucesso do programa, ao mesmo tempo que promovemos a inclusão social e a consciência ambiental das comunidades envolvidas”, afirma o secretário de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Rafael Robertson.
Através destas medidas, contribui-se para um aumento de conectividade entre diferentes ecossistemas da Mata Atlântica, incremento da biodiversidade e melhoria das funções ecológicas desses ecossistemas. Além disso, como privilegia a compra de sementes advindas de comunidades tradicionais ou agricultores familiares, o projeto fortalece esta cadeia produtiva.
O projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social tem a parceria do Laboratório Horto-Viveiro da UFF, Secretaria de Conservação de Niterói, Clin, Resex de Itaipu e Piratininga e Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset).
A iniciativa faz parte do conjunto de ações que compõem o programa Niterói Mais Verde, instituído pela Prefeitura através do Decreto 11.744/2014, que instituiu o Parque Natural Municipal de Niterói (PARNIT) e o Mosaico Norte de Áreas Protegidas e estabeleceu a prioridade de restauração das áreas verdes da cidade.
O foco do Projeto de Restauração Ecológica do Município de Niterói é a Região Oceânica, onde atuará de forma integrada com o Programa Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável), financiado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). O PRO-Sustentável investirá na implantação do Parnit (setores Morro da Viração, Parque Orla de Piratininga e Praia do Sossego), na implantação de 60 km de ciclovias e na renaturalização do Rio Jacaré.
Reflorestamento no Horto do Fonseca
Uma área de 11 mil metros quadrados do Horto do Fonseca vai receber 2.750 mudas de 25 espécies da Mata Atlântica. O reflorestamento é resultado de um Termo de Compromisso Ambiental estabelecido com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS). Entre as espécies que serão plantadas estão o Guapuruvu e o Ipê Amarelo, símbolos da Mata Atlântica.
*Com informações da Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura de Niterói
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