Sob Bolsonaro, Brasil ganhou mais 10 milhões de pessoas na miséria
"Alguém já viu alguém pedindo um pão na porta, no caixa da padaria? Você não vê, pô", afirmou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 26 de agosto. "Fome no Brasil? Fome pra valer. Não existe da forma como é falado", acrescentou. Dados do CadÚnico, no entanto, revelam aquilo que o candidato à reeleição vem tentando encobrir: a disparada da fome no país. As informações são do portal UOL.
Com base em dados do CadÚnico, utilizado para cadastramento em programas sociais do governo federal, o país ganhou 10 milhões a mais de miseráveis nos últimos quatro anos, e a extrema pobreza chegou a 49 milhões, 23% da população brasileira. Antes de Bolsonaro assumir a Presidência, em dezembro de 2018, eram 39 milhões de brasileiros nessa condição. São pessoas que afirmam não ter renda suficiente para sobreviver e precisam de auxílio do governo.
Os dados vão ao encontro da pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), que apontou que o número de pessoas que passam fome no país quase duplicou em menos de dois anos. Segundo a pesquisa - que foi rechaçada por Bolsonaro -, no início de 2022 havia cerca de 33,1 milhões de brasileiros passando fome no país - cerca de 15,5% da população.
Em 2020, quando foi realizada a primeira pesquisa deste tipo, eram 19 milhões de pessoas com fome no Brasil (9,1% da população).
Além da tentativa do presidente Bolsonaro de encobrir a disparada da fome, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda chamou de "mentira" esses dados. "É impossível ter 33 milhões de pessoas passando fome", disse a uma plateia de empresários, no dia 21 de setembro.
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