Tarifaço pode causar grave crise no Rio de Janeiro
- Mehane Albuquerque
- 25 de set.
- 2 min de leitura
Por Leo Lupi
Uma pirraça política que nos custará geração de renda e empregos: o tarifaço contra o Brasil anunciado por Trump pode causar problemas sociais na capital e nas demais cidades fluminenses. Nossa federação da indústria diz que a atitude do presidente dos Estados Unidos deve atingir a indústria de petróleo, como também a metalurgia. A estimativa da Firjan é de que 60% da indústria seja prejudicada em todo o estado.

Nesse momento, cabe fortalecer novos acordos estratégicos, em uma ordem multipolar, incluindo as alianças do BRICS, do Mercosul e acordos bilaterais para abertura de novos mercados na África, Ásia e Oceania. É essa a oportunidade de situar o Rio de Janeiro como a capital da diplomacia brasileira, na qual o governo siga firme em seu papel de estar aberto à negociação, mas sem ceder à chantagem e comprometer nosso poder. Não somos animais domésticos dos yankees imperialistas (ou de qualquer outra potência). Sequer há racionalidade nas decisões oriundas da Casa Branca.
No caso do Rio de Janeiro, só para não restarem dúvidas sobre a gravidade da situação com a queda no faturamento com exportações aos EUA, há possibilidade do prejuízo refletir em caos em algumas cidades-chave. Não é de hoje que cidades como Rio de Janeiro e Macaé atraem pessoas de fora do estado e de algumas outras regiões, sem ter emprego para todos que procuram.

Imagine este cenário diante de um declínio na produção de petróleo, por exemplo, para tornar ainda pior este processo? Além dos empregos, a arrecadação para investir em infraestrutura básica e social, que vai desde a saúde primária ao acolhimento de pessoas em situação de rua, também cairá, representando menos investimentos para cuidar das pessoas.
Nosso Vale do Paraíba, com a metalurgia, também está no alvo. Nossas terras do Sul Fluminense, que receberam o trem azul com mineiros, que até sucesso nas rádios já virou no passado, podem ter portas cada vez mais fechadas. Falências. Não há o que se comemorar com o desemprego batendo à porta. Papel feio e ignorante dos apoiadores dessa sanção. Não há nada de nacionalista nisso.
O problema de Bolsonaro é com a Justiça, que tem total autonomia para sentenciá-lo. Não devemos aceitar esta conta, como também temos que ter liberdade de negociar com outros mercados. Política não se faz com fígado, e isso Donald Trump tem que entender bem e a tempo de rever toda esta crueldade.
*Leo Lupi é subsecretário de Assistência Social e presidente da Fundação Leonel Brizola no Rio de Janeiro.










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