Venezuela: exercício militar dos EUA em Trinidad e Tobago é ‘grave ameaça’
- Da Redação
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O governo da Venezuela classificou a realização de exercícios militares dos Estados Unidos em Trindad e Tobago, próximo à costa venezuelana, como uma “provocação hostil” e uma “grave ameaça à paz no Caribe”. O comunicado foi divulgado neste domingo (26) pela vice-presidenta Delcy Rodríguez.
“A República Bolivariana da Venezuela denuncia perante a comunidade internacional a perigosa realização de exercícios militares por parte do Governo de Trinidad e Tobago entre os dias 26 e 30 do presente mês, sob coordenação, financiamento e controle do Comando Sul dos Estados Unidos, ação que constitui uma provocação hostil contra a Venezuela e uma grave ameaça à paz do Caribe”, diz um trecho do informe.
A nota afirma, ainda, que o governo venezuelano capturou um grupo mercenário que operava com “informação direta da agência de inteligência estadunidense, a CIA“, cujo objetivo seria levar adiante um ataque de falsa bandeira — uma operação planejada planejada para enganar a opinião pública e justificar uma reação. “Está em curso um ataque de falsa bandeira a partir de águas limítrofes com Trinidad e Tobago, ou do próprio território trinitário ou venezuelano, que provoque um confronto militar contra o nosso país”, diz o comunicado.
A nota divulgada pela vice-presidenta venezuelana também diz que, ao abrir seu território para um treinamento militar dos Estados Unidos, o governo de Trinidad e Tobago abre mão de sua soberania. “O governo da primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar renunciou à soberania de Trinidad e Tobago para atuar como colônia militar subordinada aos interesses hegemônicos dos Estados Unidos, convertendo seu território em um porta-aviões estadunidense para a guerra em todo o Caribe contra a Venezuela, contra a Colômbia e contra toda a América do Sul.”
Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram o envio do porta-aviões USS Gerald Ford, classificado pela Marinha estadunidense como “a plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo”, para as águas da América do Sul. Além do navio, o contratorpedeiro USS Gravely foi enviado a Porto Espanha, capital de Trinidad e Tobago, onde os fuzileiros navais dos Estados Unidos vão realizar treinamento militar durante essa semana. A informação foi confirmada pelo ministério de Relações Exteriores do país caribenho.
“O Ministério das Relações Exteriores informa ao público que o USS Gravely visitará Trinidad e Tobago de 26 a 30 de outubro, atracando em Porto de Espanha, enquanto a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos realizará treinamentos conjuntos com a Força de Defesa de Trinidad e Tobago durante o mesmo período. A presença dos serviços militares dos EUA em Trinidad e Tobago destaca o compromisso dos Estados Unidos com a segurança regional e com os esforços de cooperação no Caribe”, diz o comunicado.
Em resposta à declaração emitida pela vice-presidenta Delcy Rodríguez, o governo de Triniad e Tobago afirmou que valoriza as relações com a Venezuela e que o treinamento tem o objetivo de combater o crime “transnacional e fortalecer a resiliência por meio de treinamentos, atividades humanitárias e cooperação em segurança”. O governo reiterou que valoriza a relação com o povo da Venezuela, “dada nossa história compartilhada e os estreitos laços fraternais”, diz a nota divulgada neste domingo (26) pela chancelaria.
Do Brasil de Fato






