Venezuela vai fornecer oxigênio para Manaus

Maduro orientou o ministro das Relações Exteriores da Venezuela a oferecer oxigênio para os brasileiros em Manaus

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou que a Venezuela - país que faz fronteira com os estados brasileiros do Amazonas e de Roraima - fornecerá oxigênio para socorrer a população de Manaus, cujos hospitais entraram em colapso por falta do insumo imprescindível para manter respirando os doentes pela covid-19 em estado grave.

Falando em nome do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, Arreaza fez as declarações na noite deste quinta feira através das redes sociais. Ele disse que, seguindo orientações do presidente do país, entrou em contato com o governador do Amazonas, Wilson Lim, para tratar do fornecimento de oxigênio necessário.

“Por instruções do presidente Nicolás Maduro, conversamos com o governador do estado do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para disponibilizar imediatamente o oxigênio necessário para atender o contingente de saúde em Manaus. Solidariedade latino-americana acima de tudo!’, disse Arreaza.

Segundo informações do jornalista Jamil Chade, colunista da Folha de S. Paulo, que conversou com Arreaza nesta sexta-feira, o governo do Amazonas enviará os cilindros vazios de oxigêncio para serem abastecidos na Venezuela, trazendo-os de volta cheios. Perguntado quando a operação será realizada, ele foi categórico: "Quando quiserem".

O governo brasileiro vem criando, desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, uma política biligerante com a Venezuela, chegando, inclusive, a fazer tratativas com os Estados Unidos de Donald Trump sobre a permissão e a possível participação do Brasil em eventuais ações militares norte-americanas na região Norte do continente Sul-Americano. O Itamaraty, sob Bolsonaro, não reconhece a legitimidade do governo de Nicolás Maduro e chegou a retirar as credenciais de diplomatas oficiais venezuelanos no país.

Ao jornalista Jamil Chade o ministro das Relações Exteriores da Venezuela disse que as divergências ideológicas e políticas não seriam entrave para o fornecimento de ajuda humanitária à população brasileira no Amazonas, vitimada pelo coronavírus.

"O respeito à diversidade é essencial. A solidariedade é um princípio do bolivarianismo e do socialismo", afirmou Arreaza.