CAC recebeu mais de R$ 1,6 milhão para fornecer munição ao Comando Vermelho
- Da Redação
- há 3 horas
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Uma planilha encontrada no WhatsApp do traficante Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, o Da Roça, mostra o poderio bélico da facção criminosa Comando Vermelho e também o envolvimento de pelo menos um "peixe graúdo" com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. O documento, rastreado pela Polícia Civil, aponta um gasto de R$ 1,6 milhão com cartuchos de diversos calibres fornecidos por um homem identificado como “Bazzana” através de laranjas. Segundo as investigações, trata-se de Eduardo Bazzana, atirador esportivo (CAC) registrado no Exército, que até ser preso em maio presidia o Clube Americanense de Tiro, com mais de 7 mil associados no estado de São Paulo, e era proprietário de duas lojas de armas e munição registradas. As informações são do Globo.
Com base na planilha apreendida, a polícia descobriu que a facção gastou mais de R$ 5 milhões em apenas um mês em armamentos. O documento lista a compra de 44 mil cartuchos de calibres 7,62 e 5,56 e 14 fuzis - entre eles, um calibre .50, capaz de atravessar blindagens e derrubar aeronaves. Apontado como um dos líderes da expansão do CV na Zona Oeste do Rio, Da Roça estaria refugiado no Complexo do Alemão.

A polícia extraiu do WhatsApp de Da Roça comprovantes de transferências feitas por laranjas do tráfico para contas de Eduardo Bazzana e de suas empresas. De acordo com o Gaeco, as transações via PIX, que coincidem com valores e datas registradas na planilha, comprovam o repasse de dinheiro pela compra de armas destinadas à facção.
Oriundo de Rondônia, Da Roça é apontado pela polícia como um dos criminosos em ascensão no Comando Vermelho, tendo ganhado espaço ao participar da expansão da facção na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. As investigações indicam que, "em reconhecimento", o chefe do tráfico no Complexo da Penha, Edgar Alves de Andrade, o Doca, teria lhe concedido o comando da favela da Muzema, na Zona Sudoeste - território até então sob domínio absoluto de milicianos. Da Roça passou a administrar, além do tráfico, uma série de outros serviços explorados pela facção, como a cobrança de taxas de moradores e comerciantes, roubo de veículos e cargas, venda clandestina de “gatonet” e grilagem de imóveis.
Já Eduardo Bazzana, de 68 anos, à frente do Clube Americanense de Tiro, convivia com uma clientela influente como médicos, advogados, políticos e policiais, e cobrava uma anuidade de R$ 750. O clube, apresentado em seu site como referência nacional no setor, chegou a sediar um campeonato sul-americano da modalidade. Hoje, Bazzana responde à Justiça sob acusação de ter fornecido munições ao Comando Vermelho.






