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CPI: Saúde orientou uso de tratamento ineficaz para covid


A CPI da Covid está de posse de vídeos que mostram médicos da força-tarefa do Ministério da Saúde orientando profissionais da rede hospitalar pública para o uso de tratamento com remédios sem eficácia contra a covid-19, como cloroquina, azitromicina e ivermectina, às vésperas da crise sem precedentes no sistema de saúde em Manaus.

O material foi recebido pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Em um dos vídeos, uma médica fala de um suposto caso de sucesso do tratamento, à base de cloroquina e azitromicina, em São Paulo. Pesquisas científicas já comprovaram que esse tipo de tratamento é ineficaz contra a covid-19, e já foram registrados casos de pessoas que desenvolveram hepatite aguda após o uso excessivo dessas drogas.

“O tratamento precoce era Azitromicina, Hidroxicloroquina, zinco, vitamina D. Lá eles davam até enoxaparina. Até enoxaparina tinha gratuidade. Assim, eles fizeram um trabalho muito bonito com corticoide em dose alta e tal. E aí, só de fazer isso, a cidade tem 54 mil habitantes. Até agora, do começo do Covid até agora, eles têm 20 óbitos, sendo que desses 20 óbitos, apenas 1 fez tratamento precoce, os outros 19 não fizeram tratamento precoce. E esse paciente tinha muitas comorbidades. Então, assim, é um case de sucesso ou não é?”, diz a médica no vídeo feito no dia 13 de janeiro, véspera do dia em que a capital amazonense viveu sua maior crise e unidades hospitalares ficaram sem oxigênio, causando a morte de dezenas de pessoas por asfixia.

Citado pelo G1, o vice-presidente da CPI disse que a gravação mostra que "quando os manauaras, o povo de Manaus precisava de oxigênio, mandaram em larga quantidade hidroxicloroquina".

"Os documentos chegados a CPI e agora os vídeos que foram divulgados e que foram incorporados à investigação confirmam o que nós já desconfiávamos: durante o apogeu da segunda crise, da segunda onda de pandemia no amazonas, quando os manauaras, o povo de Manaus precisava de oxigênio, mandaram em larga quantidade hidroxicloroquina. Quando se precisava de médico intensivista mandaram todos os especialistas, até psicólogo, menos médico intensivista", afirmou o senador.

As constantes declarações do presidente Jair Bolsonaro em defesa de medicamentos sem eficácia contra a covid-19 também são apuradas pela CPI. Vídeos publicados no canal de Bolsonaro chegaram a ser retirados do ar pelo YouTube, por ferir as diretrizes da plataforma. Em um deles, publicado em setembro do ano passado, o médico Henrique Prata, diretor Hospital do Amor de Barretos, recomenda a cloroquina para o tratar pacientes com covid.

A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), hoje presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, é outro nome da política que compartilhou vídeos propagando remédios como a cloroquina e a ivermectina - o mesmo sendo feito pelo senador Flavio Bolsonaro, filho do presidente.

O próprio canal oficial do Ministério da Saúde teve ao menos dois vídeos no ar com a defesa do “tratamento precoce”. Em um deles, o então ministro Eduardo Pazuello afirma que o brasileiro que for diagnosticado “receba a medicação” e que o tratamento evita o agravamento da doença.

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