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Nova associação pretende unir culturas do Brasil e Rússia

Será lançada oficialmente nesta quinta-feira (6/6), no Solar do Jambeiro, a partir das 11h, a Associação Internacional Alexander Pushkin, uma organização não governamental e sem fins lucrativos cujo objetivo é criar e desenvolver novas pontes culturais e tecnológicas de cooperação com a Rússia e outros países do BRICS+ (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Egito e Etiópia).

Reprodução

A iniciativa pretende oferecer novas plataformas propícias ao desenvolvimento de ideias, discussões e visões voltadas a projetos culturais e tecnológicos, oportunidades reais de trabalho, além de qualificação profissional para estudantes e jovens talentos de Niterói e do país.


Durante o evento haverá saudações de Moscou, com destaque para a Assembleia dos Povos da Eurásia. O ponto alto, porém, será a leitura artística de poemas de Pushkin, nos idiomas russo e português.


"A história de cooperação científica e cultural entre Rússia e Brasil remonta mais de 200 anos", ressalta Pavel Grass, brasileiro de origem russa que é presidente da nova associação, referindo-se à expedição científica empreendida pelo embaixador russo e naturalista Georg Heinrich von Langsdorff a partir de 1824, e que durou cinco anos. O naturalista percorreu várias regiões, começando por Minas Gerais e chegando ao Pará, recolhendo impressões sobre fauna, flora, natureza e povos tradicionais em seus diários de viagem.


Segundo Pavel, os dois países hoje estão integrados em várias frentes de cooperação, desde o fornecimento de isótopos e fármacos, passando por diesel e fertilizantes e chegando até pesquisas científicas, como a parceria de mais de uma década com universidades federais brasileiras para o desenvolvimento do sistema de navegação por satélite Glonass.


Na área da cultura, ele ressalta que o Brasil é o único país no mundo a ter uma filial da escola do Ballet Bolshoi, em Joinville, Santa Catarina. E na educação, Pavel conta que há um intenso intercâmbio, com professores russos ensinando em universidades brasileiras, além de centenas de estudantes brasileiros cursando universidades na Rússia, em áreas-chave como medicina e engenharia. Com a integração ao BRICS, o leque de possibilidades de parceria se amplia.

Pavel Grass / Divulgação

"A cooperação pode ser muito maior em áreas como turismo, cultura, engenharia, construção naval., nanotecnologia, exploração espacial, robótica, ferrovias e outros", comenta.


"Existe um 'mar de cultura' que a ONG pretende abraçar, através de projetos, mostras culturais, cursos técnicos, competições esportivas, como torneios de xadrez e volei de praia, e festival juvenil de arte de rua, entre outros", defende.


Pavel Grass adianta que o primeiro projeto da associação será a publicação de novas edições das obras de Pushkin no Brasil, com ilustrações de artistas brasileiros


Alexander Pushkin


Descendente da nobreza russa, Pushkin é um dos maiores poetas russos, fundador da literatura russa moderna. Foi pioneiro no uso da língua coloquial em seus poemas e peças, criando um estilo narrativo com mistura de drama, romance e sátira. Como poeta, fazia uso de expressões e lendas populares, marcando seus versos com a riqueza e diversidade do idioma russo.


Seu nome simboliza a própria língua e cultura russas. Pode-se afirmar que na cultura mundial Pushkin simboliza a Rússia, assim como Goethe simboliza a Alemanha, Shakespeare a Inglaterra, Camões Portugal, Dante a Itália ou Cervantes a Espanha.


Um dos seus mais conhecidos poemas, “O Cavaleiro de Bronze”, foi escrito em 1833, mas foi apenas publicado após sua morte. Vários deles foram traduzidos para a língua francesa por Prosper Mérimée, escritor francês do século XIX.


Entre os muitos livros, Pushkin também escreveu o romance em verso 'Eugenio Oneguin' (400 versos no total), o primeiro romance realista da literatura russa do século XIX, considerado "um romance nacional sobre a Rússia e para a Rússia”. 'Eugenio Oneguin' foi publicado em folhetins de 1825 a 1832, e se tornou a base da ópera de mesmo nome de Tchaikovsky.


Já o romance 'A Filha do Capitão', obra publicada em vários países, constitui uma das bases para 'Guera e Paz' de Leon Tolstoi.

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