Receita anula isenção fiscal dada por Bolsonaro a pastores
A Receita Federal suspendeu a decisão do governo Bolsonaro que isentou os líderes religiosos (leia-se pastores de igrejas evangélicas) de impostos sobre seus salários. O benefício foi concedido às vésperas das eleições de 2022 e anulado pelo chefe do órgão, o secretário Robinson Barreirinhas, na última segunda (15/1).
O responsável por conceder isenção tributária sobre salários de pastores é Júlio César Vieira Gomes, ex-auditor fiscal da Receita envolvido na tentativa de liberação das joias dadas a Bolsonaro. A medida atípica não passou pelo crivo da subsecretaria de tributação do órgão. O Tribunal de Contas da União (TCU) também investiga o procedimento.
A Bancada Evangélica alegou perseguição do governo Lula. O deputado da Frente Evangélica Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) defendeu que a anulação é um “absurdo”.
“É uma prova do que sempre falamos: o governo Lula persegue os segmentos religiosos. Estão sustando o ato declaratório do ex-secretário da Receita, para que cada auditor interprete a lei como quiser, voltando à velha fábrica de multas. Faz um absurdo desses e depois quer se aproximar de evangélicos”, afirmou ao blog do Octavio Guedes no g1.
Sóstenes falou de vingança ao governo após a suspensão. Disse ainda que vai criar uma campanha para mostrar que o presidente Lula “persegue o segmento religioso”.
“Terão cada vez mais nosso distanciamento e nós iremos fazer campanha contrária a esses governos. Isso é prato cheio para nós evangélicos”, prosseguiu.
Júlio César foi exonerado em junho do ano passado do cargo de auditor fiscal por conta de uma investigação preliminar da Controladoria-Geral da União (CGU) contra ele. Chefe da Receita na gestão Bolsonaro, foi quem assinou despacho que pedia para auditores do Aeroporto de Guarulhos liberarem um conjunto de joias apreendido a assessores do ex-mandatário.
*Com informações do g1
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