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'Deixem de ser burros', conclama prefeito do Rio


Festa na praia de Ipanema na noite da véspera do Réveillon (Reprodução)

Nesta sexta-feira, a Prefeitura do Rio classificou todas as 33 regiões administrativas (RAs) do município como de risco alto para a doença, o que representa, pela segunda semana seguida, uma piora do cenário geral da cidade na luta contra a Covid-19. No boletim anterior, divulgado há uma semana, cinco regiões ainda estavam em risco moderado.

Em função disso, o prefeito Eduardo Paes partiu para o ataque chamando atenção que, se os comerciantes e a população não se conscientizarem sobre a gravidade da situação, a fiscalização vai se intensificar e as medidas serão ainda mais restritivas daqui para a frente. O prefeito foi além e conclamou, principalmente aos jovens que desrespeitam as regras da pandemia, a deixarem "de ser burros porque estão matando pessoas".

"Quero mais uma vez deixar este recado claro. Este verão não é igual aquele que passou. Aqueles que acham que vão ficar na festa, fazendo aglomeração, deixem de ser burros porque vocês estão matando pessoas. Não é admissível que a gente continue neste ritmo. Ninguém está proibido de sair de casa, de frequentar os espaços públicos, comércio, restaurantes e bares, mas tem que respeitar as regras. Sair disso é falta de consciência, de compaixão, de empatia", alertou Paes em um recado direcionado, principalmente, a uma parte da juventude carioca.

De acordo com o prefeito do Rio, se as regras não forem respeitadas, serão colocadas em prática as medidas previstas na resolução conjunta, assinada pelos secretários municipal e estadual de Saúde e publicada no Diário Oficial do dia 13 de janeiro. Entre elas, estão a limitação da capacidade de lotação de estabelecimentos, a alteração nos horários de funcionamento e a ampliação das regras de distanciamento em locais fechados.

O secretário municipal de Ordem Pública (Seop), Brenno Carnevale, ressaltou que a fiscalização será mais rígida a partir de agora. Nos últimos dias, foram feitas 167 ações de fiscalização em 28 bairros. Houve 58 infrações sanitárias e a interdição de nove eventos, oito deles clandestinos

"Infelizmente, muitos [comerciantes e população] ainda estão insistindo em descumprir as regras e a Prefeitura vai continuar fazendo o trabalho de interdição de eventos clandestinos, junto com a Vigilância Sanitária, a Defesa Civil e a Secretaria de Ordem Pública. Vamos fiscalizar, diuturnamente, eventos, aglomerações e o cumprimento das regras de proteção à vida", frisou o secretário de Ordem Pública.

Abertura de 50 leitos

As regiões que passaram de risco moderado a alto foram Realengo (XXXIII), Rocinha (XXVII), Jacarezinho (XXVIII), Complexo do Alemão (XXIX) e Complexo da Maré (XXX). Embora a cidade toda esteja com risco alto de contaminação, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, lembrou que, de acordo com o terceiro Boletim Epidemiológico, houve uma queda no número de pessoas internadas com Covid-19.

"A gente tem uma redução de 10% de pessoas internadas na cidade e tem ainda a abertura de 50 novos leitos, o que vai contribuir para reduzir a taxa de ocupação. Menos pessoas internadas e mais leitos, a gente vai ter uma taxa de ocupação menor. Agora, não é porque tem a menor fila de espera no momento que as pessoas podem abusar e se expor desnecessariamente. Fica a recomendação para que cumpram as regras em toda a cidade, para que a gente possa reduzir o número de pessoas internadas e de óbitos", disse Soranz.

Outros 150 leitos já tinham sido abertos desde 1º de janeiro – 130 no hospital Ronaldo Gazolla e 20 no Souza Aguiar. A meta é chegar a 343 novos leitos.

Desde o início da pandemia, a cidade do Rio registrou 182.713 casos de Covid-19, com 16.543 mortes.

Mais de 42 mil vacinados até o momento

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vacinou até esta quinta-feira 42.563 pessoas dos grupos prioritários em 604 pontos de vacinação espalhados pela cidade, o que torna o Rio a cidade que mais vacinou no Brasil. Foram imunizados 35.130 profissionais de saúde, 6.624 idosos que vivem em asilos, 623 pessoas com deficiência institucionalizadas, 143 quilombolas e 43 indígenas aldeados.

O município recebeu 115.920 doses da vacina CoronaVac repassadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), de um total de 231 mil doses destinadas pelo Ministério da Saúde para a capital neste primeiro momento. O restante das doses dessa primeira remessa deverá ser entregue pelo estado ao município nos próximos dias, e a SMS aguarda que o Ministério da Saúde envie novos lotes para abrir as próximas etapas da campanha de vacinação, voltadas aos demais grupos prioritários definidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A campanha de vacinação continua, neste primeiro momento, voltada para: 1) trabalhadores de saúde que atendem diretamente a pacientes com Covid-19; 2) profissionais da Atenção Primária envolvidos na campanha de vacinação; 3) considerando a necessidade de retorno às atividades – recompondo a força de trabalho nos hospitais da rede – também os profissionais de saúde que atuam em CTI, urgência e emergência e que estavam afastados por idade ou comorbidade; 4) idosos e deficientes que vivem em instituições de longa permanência e os profissionais que trabalham nesses locais; 5) grupos indígenas e quilombolas.

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