Senador Flávio Bolsonaro à beira de virar réu
A prisão de Fabrício Queiroz era praticamente o último elo que faltava ao juiz Fávio Itabaiana Nicolau, da 27a Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, para acelerar o processo de denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Desta forma, o filho do presidente Jair Bolsonaro deixaria de ser apenas investigado para virar réu no processo que investiga o esquema criminoso das rachadinhas que beneficiava Flávio e era operado por Queiroz.
"Analisando as provas constantes da investigação, em especial os relatórios de inteligência financeira produzidos pelo Coaf, os extratos bancários e demais diligências produzidas, verifica-se que há prova da existência do crime de peculato, materializado no esquema de 'rachadinhas' dos salários de servidores da Alerj", escreveu o juiz Flávio Itabaiana ao determinar a prisão de Queiroz e a mulher dele, Márcia Aguiar, que continua foragida.
No despacho, o magistrado indica que há provas suficientes para aceitar a denúncia pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, da qual o senador Flávio Bolsonaro seria o líder.
Em áudio revelado pela Folha, Queiroz definiu o perigo das investigações como “uma pica do tamanho de um cometa”. Queiroz era o operador financeiro de Flávio Bolsonaro e responsável pelo recebimento de parte ou total do salário de assessores nomeados no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio quando ele era ainda deputado estadual. O esquema movimentou pelo menos R$ 2 milhões, a maior parte em dinheiro vivo, inclusive a que era destinada a pagar despesas pessoais de Flávio, como plano de saúde e colégio das filhas, de acordo com as investigações feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
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