Capitão Adriano depositou R$ 400 mil em contas de Queiroz

Nóbrega, ex-chefe do Escritório do Crime, participava do esquema das rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP/RJ) calcula que o ex-capitão do Bope, Adriano Nóbrega, líder da milícia Escritório do Crime, transferiu mais de R$ 400 mil para as contas bancárias de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que foi preso nesta quinta-feira (18). Desse total, cerca de R$ 70 mil foi procedente de depósitos feitos por restaurantes administrados pelo miliciano, morto pela polícia no interior da Bahia em 9 de fevereiro, e seus familiares.

As informações sobre as transferências fazem parte dos autos que embasaram o decreto de prisão preventiva de Queiroz, pelo juiz da 27a Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, Flávio Itabaiana Nicolau. Queiroz foi preso nesta quinta-feira, em Atibaia (SP), em uma casa de propriedade do senador, Frederico Wassef.

De acordo com as investigações do MP/RJ, a mãe de Adriano, Raimunda Magalhães Veras, fez 17 depósitos no valor total de R$ 91.796 na conta de Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. A quantia correspondia a percentuais de seu salário como assessora do gabinete do deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Raimunda, porém, era "funcionária fantasma", que só comparecia na boca do caixa para receber e repassar para o esquema das rachadinhas.