Vereadora denuncia nomeação do seu agressor na Câmara
top of page
banners dengue balde niteroi 728x90 29 2 24.jpg

Vereadora denuncia nomeação do seu agressor na Câmara


Na sequência das fotos montadas, o agressor após lançar sinalizador, que atinge Walkíria nas pernas / Toda Palavra

"O homem que me jogou um sinalizador se tornou hoje chefe de gabinete do vereador Douglas Gomes e terei de conviver com ele por quatro anos nesta casa". O desabafo foi feito pela vereadora estreante Walkíria Nictheroy (PCdoB), nesta quarta-feira, 13, ao final da primeira sessão presencial da nova legislatura da Câmara de Niterói.

Ela se referiu à agressão que sofreu no dia 11 de setembro, na portaria do clube Canto do Rio, no Centro da cidade, onde estava acontecendo um encontro de bolsonarias, inclusive com a presença de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro. Walkíria - eleita primeira suplente do PCdoB, tendo assumido a vaga do vereador Leonardo Giordano, que foi nomeado pelo prefeito Axel Grael para o cargo de secretário de Cultura de Niterói - participava de um protesto pacífico, junto a um grupo de militantes da União da Juventude Socialista, na entrada do clube.

Eles seguravam uma faixa com a frase "Bolsonaro, porque Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da sua esposa?", e passaram a ser hostilizados por militantes bolsonaristas. Entre eles estava Thiago Almeida Guimarães F. Santos, identificado depois como o homem que lançou um sinalizador contra as pernas de Walkíria, causando-lhe queimaduras. Vídeos mostram claramente a ação, que lembrou a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, atingido por um rojão disparado por black blocs no Centro do Rio de Janeiro.

Ato de nomeação de Thiago Santos na Câmara

Thiago Santos foi nomeado nesta tarça-feira, 12, pelo ato 232/2021 do presidente da Câmara, Milton Cal, chefe de gabinete do único representante bolsonarista eleito em Niterói no ano passado, o vereador Douglas Gomes (PTC). Na sessão desta quarta-feira, 13, os novos vereadores ocuparam a tribuna da Câmara, por ordem alfabética, para se apresentar. Walkíria, a última a falar, revelou, ao final do seu discurso, o seu constrangimento por ter que conviver com o seu agressor na sede do legislativo niteroiense.

Walkíria fez a denúncia em seu primeiro pronunciamento

“Nos próximos quatro anos andarei pelos corredores dessa Câmara dividindo espaço com meu agressor. Em nenhum momento achei que legislar seria fácil, mas digo sem medo que resistiremos. Estamos aqui a serviço do povo e vamos combater o fascismo e todo tido de violência e intolerância.”


Combate ao fascismo

Apesar do clima cordial da primeira sessão presencial, os novos vereadores de esquerda lançaram farpas contra o representante do bolsonarismo na casa. Douglas Gomes, por sua vez, se manteve distante das provocações. Mas, além de Walkíria Nitctheroy, os estreantes da bancada do PSOL, Professor Túlio e Benny Briolly, fustigaram de leve o adversário político.

"Não podemos permitir qualquer violação aos direitos humanos nesta casa", disse Benny, primeira vereadora trans da cidade, em uma referência à polêmica gerada semana passada por Douglas Gomes ao divulgar fotos dentro do seu gabinete, ao lado do deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PSL), exibindo uma arma sobre a sua mesa.

A imagem, publicada nas redes dos dois bolsonaristas no Facebook e no Twitter, afronta o Regimento Interno da Câmara de Niterói, que proibe o porte de arma por qualquer pessoa, inclusive vereadores, nas dependências da sede do legislativo. A única excessão permitida é para policiais, o que foi invocado por Douglas para justificar o fato, dizendo que a arma pertence a um policial militar que faz a segurança de Jordy. Ele não explicou, contudo, porque a arma foi parar sobre a sua mesa.

Vários vereadores - entre eles Benny Briolly - protestaram. Paulo Eduardo Gomes (PSOL) e Binho (PDT) chegaram a protocolar requerimentos para que a presidência da Câmara encaminhasse o caso ao Conselho de Ética. Segundo observadores políticos, o fato deverá custar no mínimo uma punição ao vereador bolsonarista, que deverá, ainda, perder o cargo de vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, presidida justamente pela vereadora Benny Briolly.

Exibição de arma, com Jordy, deve custar punição a Douglas Gomes e sua saída da Comissão de Direitos Humanos

Chamada Sons da Rússia5.jpg
banners dengue balde niteroi 300x250 29 2 24.jpg
Divulgação venda livro darcy.png
bottom of page