Negligência pode levar à 3ª onda de Covid no Amazonas
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Negligência pode levar à 3ª onda de Covid no Amazonas


(Foto: Maurício Vieira/Secom-AM)

O Amazonas caminha para mais uma tragédia anunciada, se medidas urgentes não forem tomadas nas três esferas de governo para conter o avanço do coronavírus no estado. O grupo de cientistas que previu em agosto do ano passado a segunda onda da Covid-19 em Manaus, alerta agora para uma terceira onda na região, que poderá se espalhar para todo o território nacional, caso não sejam tomadas medidas imediatas para reduzir a taxa de transmissão do vírus.

O biólogo e pesquisador Lucas Ferrante, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e um dos integrantes da equipe, afirma que um lockdown com isolamento de pelo menos 90% da população e vacinação em massa de ao menos 70% dos amazonenses pelos próximos três meses são medidas cruciais para evitar a tragédia maior.

"Se não for tomada nenhuma iniciativa, como ocorreu no passado, a terceira onda será mais longa e matará muito mais gente", afirma.

Ferrante garante que a segunda onda não é fruto da nova variante, notoriamente mais transmissível e responsável por mais mortes em Manaus e interior. Ele afirma de forma contundente que a segunda onda aconteceu por negligência das três esferas de governo.

"A variante do coronavírus não é responsável pelo colapso em Manaus. A variante só se tornou predominante no meio de janeiro. Em agosto nós alertamos que a segunda onda iria acontecer, se não houvessem medidas rígidas suficientes de controle. O caos é resultado da negligência do governo federal, como o fato de não ter fechado com o consórcio internacional [COVAX Facillity, administrado pela OMS] para o fornecimento de vacina, e do negacionismo do governador [Wilson Lima (PSC)], que relaxou as medidas restritivas", afirma o cientista.

Ferrante disse também que se reuniu com o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), em janeiro, para falar sobre os riscos do aumento expressivo de casos na capital. No entanto, o alerta não surtiu efeito e as autoridades locais não seguiram as orientações dos especialistas.

De acordo com o pesquisador, a taxa de transmissão e mortalidade por Covid-19 deve se manter a mesma durante todo o ano se não forem aplicadas medidas drásticas de isolamento, facilitando o surgimento de variantes. "Isso deverá propiciar novas mutações, o que pode culminar até em uma nova variante, quem sabe, resistente às vacinas já produzidas."

Ferrante coordenou um estudo em maio do ano passado, a pedido do Ministério Público Estadual, apresentado em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado. Os dados apresentados foram alvo de desconfiança de deputados governistas e da então presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas, Rosemary Costa Pinto. Segundo ela, os dados de que a FVS dispunha não apontavam para aumento de casos nos próximos meses e não admitiu que fossem questionados.

Em 22 de janeiro, aos 61 anos, durante a segunda onda que Manaus atravessa, Rosemary morreu em decorrência de complicações da doença da Covid-19.

O Amazonas foi o estado que mais sofreu com a pandemia nos últimos dois meses. Em janeiro deste ano, após a explosão de novos casos, o estado passou por um colapso na saúde com falta de oxigênio e leitos para o tratamento da população. A média móvel de mortes teve um aumento de 632% no último mês.

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